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Luto e Melancolia

Luto e melancolia se aproximam pelo quadro geral desses dois estados, com semelhanças sintomáticas: desinvestimento, retraimento, inibição e desinteresse pelo mundo externo. Contudo, existem diferenças estruturais importantes. A questão central no luto é a perda consciente do objeto investido de amor, seja uma pessoa querida, sejam abstrações como liberdade, pátria ou ideias. Diferente da melancolia, a autoestima do sujeito é preservada e, assim, concluído o trabalho de luto: o Eu fica livre e volta suas atenções ao mundo externo. A melancolia se caracteriza por um trabalho interno semelhante ao luto, mas o sujeito desconhece o objeto que foi perdido por ser uma perda inconsciente. O Eu é descrito como incapaz, indigno, moralmente desprezível, como se o sujeito esperasse ser rejeitado e castigado.


*Trecho da minha dissertação de mestrado O tempo e o impacto da experiência estética na Era da Pre(s)sa: psicanálise e teatro performático


FREUD, Sigmund. Luto e melancolia. Textos: Maria Rita Kehl, Modesto Carone e Urania Tourino Peres. Tradução, introdução e notas: Marilene Carone. São Paulo: Cosac Naify, 2011




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